quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Aline Paula Hilario de Melo

          Conheçam  Aline Paula Hilario de Melo, mãe de Arthur Gabriel Melo dos Santos, autista de 07 anos. Aline é o tipo de pessoa positiva, que acredita no melhor. Mora em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Sempre ativa em comunidades sobre autismo, Aline tenta se informar cada vez mais para cuidar de seu anjo e ajudar outras mães também. Aline diz que: “Arthur, aquela criança que sobreviveu a 03 paradas cardio-respiratórias e teve uma expectativa de vida de 72 horas, hoje é sinônimo de alegria e exemplo para muita gente.”


            Arthur nasceu prematuro e um dia após seu nascimento, ele teve 03 paradas cardio- respiratórias. Dali em diante, já esperávamos que houvesse um possível atraso em seu desenvolvimento. Assim que ele saiu do hospital, quando já estava com 03 meses, eu dei início às terapias diariamente.
            Como eu já esperava que haveria alguma sequela das paradas cardio-respiratórias, receber o diagnóstico não foi assustador. Mesmo tendo recebido o diagnóstico de autismo bem mais tarde. Foi em 2011, quando ele já estava com 06 anos. Porém, mesmo sem diagnóstico fechado, ele sempre foi atendido na APAE. O engraçado é que, eu, como mãe, sempre tive certeza de ele era autista, mas os especialistas resistiam em fechar um diagnóstico mesmo com todas as características visíveis. Foi dado a ele o Cid F84.0, o que, na realidade, não me diz nada, uma vez que temos um longo histórico com ele.
            Em relação aos meus familiares e amigos, seu convívio com eles é normal, apesar de, às vezes, não conseguirem lidar com algumas situações. Mas tenho certeza de que isso seja normal, pois, nestas horas, só eu que sou a mamãe para conseguir lidar com ele. O lado bom é que todos aceitam e não vêem isso como uma anormalidade e ele é tratado como qualquer outro familiar. Sem diferenças! Às vezes, se preocupam, mas claro que essa preocupação é normal, afinal, somos uma família.
            Tive que deixar minha vida profissional e parei de estudar para cuidar dele. Minha mãe só cuida em casos extremos, quando, por exemplo, não dá para levá-lo a um determinado lugar. Meu marido trabalha para sustentar a família, porém, ele nos ajuda muito e sempre que está em casa é um paizão. Eles passeiam, brincam, saem de moto e ficam muito juntos. Eu sempre digo que os dois juntos se aventuram e aprontam muito. O Arthur ama isso!
            Sempre tento incluí-lo na sociedade mesmo com suas limitações. Para mim, o autismo não impede que tenhamos uma boa qualidade de vida. Claro que tem momentos que são difíceis, mas tento reverter e fazer com que meu filho tenha uma vida o mais normal possível. Fazemos todo o possível para podermos oferecer-lhe qualidade de vida, independente de ele ser autista ou não.
            Tudo o que conquistamos com ele, até hoje, consideramos como grandes conquistas: sua comunicação, desenvolvimento e autonomia, seu comportamento (que ainda tem que melhorar, mas vem mudando), o cognitivo, enfim. Tudo para nós são visíveis melhoras e celebramos estas conquistas.
            Antigamente, eu até que me sentia frustrada, mas isso é coisa do passado. Hoje em dia, procuro dar o melhor de mim e esquecer as frustrações. Não quero perder meu tempo com isso. Procuro olhar tudo de uma maneira diferente e seguir nossas vidas. Sei que para a medicina não há cura para o autismo, mas creio no propósito de Deus. Acredito que seja de origem genética, mas não tenho certeza. Só sei que tudo será como Deus quiser e permitir.
            Ao descobrir que o Arthur tinha autismo, passei a viver de uma forma diferente e a lutar mais pelos nossos direitos. Conheci pessoas que têm quase as mesmas histórias que temos e aprendi a ser mais solidária. Sou feliz por ter um autista e ele me ensina a cada dia a me transformar. Ele, com certeza, me fez uma nova pessoa.
            Acho a coisa mais linda sua forma de comunicação verbal porque, às vezes, ele fala coisas engraçadas. É muito lindo! Rsrsrsrsr A única coisa que me deixa triste, não é o fato de ele ser autista, mas o preconceito e a falta de preparo de determinados profissionais. Mas minha maior inspiração para vencer tudo isso sempre foi meu imenso amor por meu filho.
            O Arthur só me trouxe, e ainda me traz, alegrias. Ele me faz uma pessoa plenamente feliz. O que eu sempre digo às mães amigas é que não há nada como um dia após o outro e que todo dia é um ganho. Desistir, nunca! Mesmo que não seja visível no momento, as conquistas, um dia, acontecem de forma inesperada. 
Arthur Gabriel Melo
Texto escrito por Anita Brito a partir de um questionário preenchido pela pessoa entrevistada. Caso deseje utilizar nossos textos, por favor citem a fonte. Obrigada.

3 comentários:

  1. Parabéns, Aline. O seu depoimento é muito amoroso e
    animador. Senti-me mais feliz ao ler suas palavras tão claras e tão expressivas. Que bom que existe pessoas como você. De bem com a vida e que irradia uma imensa alegria. Beijos no Arthur que tem o privilégio de ter uma mãezona.

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  2. BOA NOITE,LI E ME EMOCIONEI COM A HISTÓRIA,POIS TENHO UM FILHO QUE É SÍNDROME DE ASPERGER E SEI COMO É,UMA LUTA DIÁRIA.BJS!!

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  3. História emocionante de mais uma guerreira escolhida por Deus!
    Que Deus a abençoe!

    Keiza Donadel
    www.autismojundiaí.blogspot.com.br

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